Os templos estão fechados. Não
há ajuntamentos. Não há congregação do povo de Deus. O culto público está
impedido de acontecer. Os eventos solenes foram cancelados. As reuniões estão acontecendo
no campo virtual.
Sabemos o que ocasionou isso?
Os simplistas dirão: “Claro que sabemos. Todo mundo sabe: foi o coronavírus!”.
Será?
Algumas igrejas estão
retornando suas atividades.
A vontade de congregar de novo
é grande. Estamos com saudades daqueles bons tempos de comunhão e adoração
congregacional.
Neste salmo, queremos
encontrar algumas informações necessárias para a igreja de nossos dias, antes
de retornar suas atividades:
Este salmo pode ter sido
escrito por um judeu, possivelmente um levita, ao voltar para sua terra, com o
remanescente, em 536 a.C, depois do exílio na Babilônia.
O salmista estava lembrando da
grande tristeza que viveram no exílio, de não poderem realizar o culto público
na Babilônia.
A Babilônia estava cheia de
deuses, templos pagãos, perversidades, más influências e um modo de vida
totalmente contrário ao judaico.
O salmo tem três principais
divisões:
I.
UMA LEMBRANÇA LAMENTÁVEL – v.1-4
II.
UMA AMNÉSIA IMPRATICÁVEL – v.5-6
III.
UMA VINGANÇA INADIÁVEL – v.7-9
Estas três divisões estão
explícitas em três tempos verbais:
·
No Passado: v.1-4
·
No presente: v.5,6
·
No Futuro: v.7-9
A “lembrança” é um tema chave
neste salmo:
Na primeira parte, os judeus
lembram do passado no exílio babilônico;
Na segunda parte, o salmista
lembra no presente da alegria de cultuar na cidade santa;
Na terceira parte, o salmista
lembra Deus das promessas de destruir seus inimigos.
Portanto, vamos ao salmo:
I.
UMA LEMBRANÇA LAMENTÁVEL
Explicar: v.1-4
Essa lembrança era lamentável,
pois:
1.
Estavam de luto: v.1
2.
Estavam sem culto:
v.2,3
3.
Estavam sem solo: v.4
Ilustrar:
Uma lembrança triste do
passado é necessária às vezes para refletirmos e aprendermos lições para a vida
toda.
Estamos vivendo um isolamento
do qual nos lembraremos depois.
A maior tristeza que temos é
da ausência dos cultos públicos.
“Ele [o salmista] antes os exorta
sob sua aflição a esperar com paciência até que a liberdade de adorar
publicamente a Deus seja restaurada, dizendo "sobre o assunto - Fomos
destituídos de nosso Templo e sacrifícios, vagamos como exilados em uma terra
poluída e o que resta que em lembrança de nosso estado marginal, devemos
suspirar e gemer pela libertação prometida” Calvino.
Aplicar:
Nessa pandemia surgiram várias
discussões teológicas sobre o culto público.
Embora possamos cultuar na
família, em pequenos grupos e até individualmente em qualquer lugar, o culto
público e congregacional não pode ser realizado virtualmente, de forma on line
ou em redes sociais.
Nada desses recursos substitui
o culto público! O que fazemos on line, é incentivar você adorar
individualmente ou em família através da lives.
Por isso sentimos saudades dos
cultos, das pessoas, da adoração coletiva.
II.
UMA AMNÉSIA IMPRATICÁVEL
Explicar: v.5,6
O salmista demonstra profundo
amor e apego à cidade santa.
Mesmo que ele tenha sido
levado para longe do lugar de reunião e adoração coletiva, ele não podia se
esquecer de Jerusalém.
Mesmo que a Babilônia lhe
oferecesse outras opções de templos e deuses;
Mesmo que a Babilônia lhe
oferecesse outra ideologia, teologia, educação, cosmovisão e cultura, ele não
queria esquecer Jerusalém!
Ele preferia ter um derrame
(AVC) a ter que esquecer de Jerusalém. Pois ter a mão ressequida e a língua
apegada ao paladar são características de um AVC;
Se o salmista era um levita,
seria terrível com essas deficiências físicas tocar a harpa e cantar, assim
como participar dos sacrifícios e ofícios sacerdotais;
Esquecer de Jerusalém, seria
semelhante a:
1. Lembrar-se
da Babilônia:
Para
os antigos, as cidades representavam seus respectivos deuses;
2. Lembrar-se
de si mesmo:
A
própria saúde física não era mais importante que Jerusalém;
3. Lembrar-se
da maior alegria:
O
contentamento do salmista era Jerusalém!
Ilustrar:
“SE EU ME ESQUECER DE VOCÊ, Ó
JERUSALÉM”
“Hoje se comemoram os 53 anos da
reconquista por Israel da Cidade Velha de Jerusalém, que estava ocupada por
forças militares da Jordânia desde 1948. Esta ocorreu 48h após o início da
Guerra dos Seis Dias, que terminou com uma vitória arrasadora das Forças de
Defesa de Israel sobre as forças armadas do Egito, Síria, Jordânia e Iraque”
(Franklin Ferreira).
Aplicar:
Você sente falta dos cultos?
Você já fez votos nessa
pandemia?
III.
UMA VINGANÇA INADIÁVEL
Explicar: v.7-9
Esta é a parte mais complicada
do salmo;
Por quê? Porque as pessoas não
aceitam a ideia de um Deus Vingador.
Elas aceitam a ideia de um
Deus que dar vida, como de fato dar. Mas, não aceitam um Deus que tira a vida.
Elas aceitam um Deus que
perdoa, como de fato perdoa. Mas, não aceitam um Deus que condena.
Elas aceitam um Deus Salvador,
mas rejeitam um Deus Juiz que pune o infrator.
O Deus do salmista é um Deus
que vinga:
1. Contra
os Edomitas: v.7
O
salmista estava dizendo: “Javé, te lembra das promessas como as de Joel 3.19;
Jr 49:7-22; Ob 1:1-20;
Contra os Babilônicos: v.8
Isaías
13.16
2. Contra
os Pecadores: v.9
Ap
6.9-11 e 18.6
Ilustrar:
Jonas Madureira diz: “Talvez
Richard Dawkins seja o pensador que, em nossos dias, representa de forma mais
explícita a crença no Deus mau. Em Deus, um delírio, ele afirma que: O
Deus do Antigo Testamento é talvez o personagem mais desagradável da ficção:
ciumento, e com orgulho; controlador, mesquinho, injusto e intransigente;
genocida étnico e vingativo, sedento de sangue; perseguidor, misógino,
homofóbico, racista, infanticida, filicida, pestilento, megalomaníaco,
sadomasoquista, maligno” (Inteligência Humilhada, pp.158-9).
Os filmes propagam vingança
sanguinária, cheia de ódio e rancor.
Os brancos e os negros querem
vingança um contra o outro. Estão carregados de ódio e preconceito.
Mas, a vingança não pertence
ao branco nem ao negro:
Assim como não foram os judeus
que se vingaram da Babilônia, não devemos ser nós mesmos os vingadores, mas…
“Amados, nunca procurem
vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: ‘Minha é a vingança;
eu retribuirei’, diz o Senhor”. (Rm 12.19).
Aplicar:
Você faz orações
imprecatórias?
Eu faço: “Oh Deus Santo e
Justo, pune os ímpios e perversos que não se arrependem ao ouvir tua mensagem.
Mas, salva, salva, salva os que te ouvem!
Você é um abortista,
assassino, traficante, racista, ladrão e corrupto, mentiroso, adúltero, imoral,
idólatra, rebelde, avarento ou egoísta?
Arrependa-se, pois Deus sobre
estas coisas é o Santo e Justo Vingador!
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
1.
As
lembranças do passado não podem te perturbar no presente nem impedir de olhar
com esperança para o futuro, se você já tem Cristo;
2.
Seus votos feitos nessa pandemia precisam ser
cumpridos;
3.
Lamente a ausência dos cultos, Santas Ceias e
reuniões da igreja.
No final da década de 70, o grupo
Boney M. fez sucesso com a música: “River of Babylon”, que traduzido quer
dizer: “Rios da Babilônia”. Muitas pessoas dançaram essa música na época da
discoteca, mas não sabiam que a letra dela é composta pelos quatro primeiros
versos do Salmo 137 e um do Salmo 19.
veja neste link https://youtu.be/NpwSg73kJ40