quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A NECESSIDADE DE AVIVAMENTO HOJE

A NECESSIDADE DE AVIVAMENTO HOJE

HABACUQUE 3:2 “Tenho ouvido, ó Senhor, as tuas declarações, e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze - a conhecida; na tua ira, lembra - te da misericórdia”.
O termo “AVIVAMENTO” causa preocupação para muitos, devido aos exageros causados pelos extremistas pentecostais, mas é inegável a necessidade de um verdadeiro avivamento. E isto só vai acontecer quando:
1 - Dermos ouvidos às “declarações” de Deus;
2 - Nos “alarmarmos” com os nossos pecados em contraste com os grandes feitos do Senhor, que é Grandioso e Santo;
3 - Orarmos suplicando que Ele, e não nossos métodos possam nos avivar;
4 - Entendermos que a obra é do Senhor;
5 - O tempo de Deus for chegado - “ no decorrer dos anos”;
6 - Atribuirmos toda Honra e Glória a Ele - “ faze - a conhecida”;
7 - Clamarmos pela misericórdia de Deus - “Lembra - te da misericórdia”.
A Igreja tem a sua missão. Mas sem as pessoas estarem avivadas, isso será impossível de concretizar. Assim como a igreja primitiva esteve orando pela descida do Espírito, nós também devemos orar para que Ele nos encha de forma que evangelizemos com poder - At. 1:8. Sempre quando houve avivamento, antes, até mesmo a Igreja vivia em cinzas, em ruínas, declínio espiritual, moral, social, política e material.
Hoje vivemos em momentos semelhantes: muitos púlpitos estão vazios, secos, sem vida. Quando há boa Teologia, há pouco ou nada de vida experimentada por esta Teologia. Quem prega a verdadeira Teologia, prega com zelo, poder e autoridade, se falta isto ao pregador é por que ainda não entendeu o que prega. Torna-se uma mensagem de “Luz sem calor”. Quando há experiências, não há fundamentos teológicos sadios que venha caracterizar um verdadeiro avivamento. Isto é, “calor sem luz”. Martin Lloyd - Jones diz que pregação deve ser “luz com calor”. Ele cita o homem que “ falava sobre fogo como se estivesse assentado sobre um iceberg”.
Os crentes estão cada vez mais frios, inertes, insensíveis e desobedientes. Têm caído nas sepulturas do pecado que eles mesmos têm cavado. Junto com a psicologia moderna, culpam os outros e nunca a si mesmos: os pais são culpados pela má criação, os líderes religiosos, pelo mau exemplo, o mundo pela promiscuidade e imoralidade explícita. Eles se escusam com paliativos para a consciência cauterizada. Alguns se valem do registro de seus nomes no livro de rol de membros e, no entanto, negam, com suas práticas ante - bíblicas quaisquer inscrição de seus nomes no Livro da Vida. Arrolam-se na lista dos homens difíceis de lidar, dos últimos dias (2 Tm 3:1 -9).
Quantas pessoas ao saírem do culto entram no “quarto” da fornicação, adultério, prostituição e todo tipo de impureza. Se amigam do mundo se esquecendo que se tornam inimigos de Deus.(Tg. 4:4). Há pessoas que são ótimas “agentes secretas” na sociedade. Na escola, no trabalho ou na vizinhança ninguém sabe que ela é crente. Em alguns casos, seria melhor que não soubessem mesmo, pois assim causariam menos escândalos ao cristianismo. Há também aqueles crentes que vivem na “faixa de Gaza”, ou seja, vivem em conflitos, parece terem um ímã para atrair discórdias. Brigam com todo mundo(Tg. 4:2). Enfim, poderíamos lotar artigos e revistas revelando a situação degenerativa da igreja e da sociedade em nossos dias, mas precisamos parar por aqui para podermos falar sobre como sanar esta situação. Situação que somente Deus pode mudar. Nós, sem Ele nada podemos fazer ( Jo 15:5b). Se promovêssemos um “ajuntamento” de todas as igrejas da cidade ou até mesmo do mundo, numa campanha financiada com nossos próprios esforços em prol de um avivamento, seria tudo em vão. Não valeriam todos os jejuns, todas as orações, todas as reuniões e os mais esmerados esforços sem a ação misericordiosa e generosa de Deus. O que nos leva alegra os corações é a esperança, dada pelas promessas divinas, de um verdadeiro Avivamento Espiritual (Lc. 11:13). Para isso precisamos:
I - DE UM RETORNO ÀS FIÉIS SAGRADAS ESCRITURAS. (Jr.6:16). Nos sermões precisamos de uma boa exegese, hermenêutica, ilustração e aplicação bíblica e vivencial. Necessitamos de um estudo e ensino sincero da:
• Soberania de Deus - para não termos uma compreensão que inferiorize a Deus;
• A doutrina do pecado - para não termos uma compreensão que torne o homem superior;
• Os cinco “Solas”: Sola Scriptura ( Somente as Escrituras); Sola Grátia (Somente a Graça); Sola Fide ( Somente a Fé); Soli Deo Gloria (Somente a Deus a Glória); Soli Cristus (Somente Cristo). Devemos pregar “todo desígnio de Deus” (At.20:27). Devemos aprender e ensinar as “antigas doutrinas da Graça” que é chamada de “Calvinismo” doutrina que não é só de Calvino, mas de Lutero, John Knox, Anselmo, Agostinho e principalmente de Paulo e Jesus Cristo. Normalmente quando querem um reavivamento, a primeira coisa que renunciam são as doutrinas. Não deve ser assim (2 Tm. 3:14; 4:5). Calvino diz que a Bíblia é o árbitro do Espírito: “Se ansiamos obter algum uso e fruto da parte do Espírito de Deus, podemos entender facilmente como é imperioso para nós aplicar - nos com grande diligência, tanto a ler quanto a ouvir a Escritura. É por isso que Pedro até louva (II Pe. 1:19) o zelo dos que estão atentos ao ensino profético, ensino que, depois de começar a brilhar a Luz do Evangelho, poderia parecer ter perdido a validade. Muito ao contrário, se algum espírito, desprezando a sabedoria da Palavra de Deus, nos impõe outra doutrina, devemos suspeitar, com justa razão, de que seu ensino é vaidade e mentira. (Gl.1:6-9).

II - DE UMA VERDADEIRA E CONSTANTE REFORMA. Nunca devemos dissociar reavivamento de reforma, renovação. “Converte - nos a Ti, Senhor, e seremos convertidos; renova os nossos dias como dantes” (Lamentações 5:21). Esta reforma deve acontecer em duas esferas: 1ª Dentro: na Igreja 2ª Fora: na sociedade. A segunda é conseqüência da primeira, e nunca o contrário. Por isso enfatizaremos a reforma no âmbito de Igreja. Basta agora, citar a mudança radical na vida moral, social, intelectual e espiritual. De Genebra, uma cidade dantes turbulenta e dissoluta tornou - se notável por sua ordem, por sua cultura, por seu cristianismo ardoroso e pelas condições morais excelentes. Quanto à reforma dentro, na Igreja, isso deve ocorrer:
a) Na Administração Eclesiástica: Aqui se inclui a reforma das legislações, estatutos, confissões de fé(estes a AICEB tem feito muito bem) e tantos outros negócios da Igreja. Neste ponto é mister salientar a aplicação correta da disciplina. Na maioria das igrejas existe pouco desta prática primordial para sua pureza. Mas não é por falta de necessidade, e sim por negligência ( I Co.5:1-12). A Igreja tem se conformado com conceitos e práticas mundanos. Por isso mesmo não podemos esmorecer nem ceder às pressões, e sim, sermos Igreja comprometida com Deus que é zeloso.
b) Na Celebração do Culto ao Senhor: O culto teocêntrico (centrado em Deus) tem sido substituído e praticado antropocentricamente (centrado no homem). As músicas, as apresentações, as pregações e tudo mais têm sido feitos para a glória e satisfação do homem, como se ele fosse o receptor do culto e não Deus. Alguns dizem que para se ter um culto “animado” é necessário uma série de parafernálias e métodos humanos. Precisamos de meios, mas que estes não sejam justificados pelos fins. A Bíblia condena todo culto que não foi ordenado por Deus (Lv. 10:1 - 3;Col. 2: 20 - 23).
III - DE UMA PRÁTICA SINCERA DA ORAÇÃO - I Ts.5:17 Precisamos de uma nova definição para a utilidade de nossos quartos, que não o de, somente, dormir. Pois Mateus 6:6 diz: “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai,...” Nossas bocas não devem abrir só para a alimentação ou comunicação sociável, mas para clamar ao Pai pelo seu Espírito Santo (Lc.11:13). O culto de oração tem sido pouco freqüentado pelos crentes da igreja, no entanto, tem sido também mal enfatizado. Charles Spurgeon disse: “ Meios sem oração - presunção! Oração sem meios - hipocrisia!” Podemos utilizar métodos, mas sem oração é ineficaz. Ele diz em outro lugar, que a “oração muitas vezes se torna na própria resposta desejada, pois Deus, enquanto vocês vão derramando a alma, pode fazer com que a sua oração seja um martelo capaz de quebrantar o coração que meras preleções jamais conseguem tocar”. E ele continua: “... é preciso haver oração - muita oração, oração constante, veemente, oração... como a de Lutero, a qual ele chamava de bombardeio do céu. Isso equivale a colocar um canhão apontado para as portas do céu para abri - las a tiros, pois assim triunfam na oração os homens fervorosos. Não saem de diante do propiciatório enquanto não possam bradar com Lutero: “Vici”, ou seja, “Venci, conquistei a bênção pela qual me empenhei”.(Lc. 18:1-8). Não quero, nem devo, estipular quantas vezes ou em que posição ou lugar o crente deve orar para ter um avivamento. Mas basta dizer que ore sinceramente ao Deus Verdadeiro. Nesta oração reconheça quem você é, quem é Deus e o que Ele pode fazer, isto é ore a Bíblia, não meramente suas letras, mas seus ensinos.
IV - DE UMA HUMILHANTE DEPENDÊNCIA DE DEUS - II Cr. 7:14 e Fp.2:3 Como já disse, de que valerão todos os esforços de todos os homens da terra? Se Deus não fizer achado? De nada! Ajuntem todos os exércitos; aglomerem todos os especialistas; congreguem todas as igrejas; convoquem todos os anjos e se Deus não estiver presente, nada será feito! A Bíblia adverte: “ Maldito o homem que confia no homem...”(Jr.17:5). Nenhum quarto de oração, por si mesmo, obrigará Deus realizar seus feitos maravilhosos; nenhum monte, nem o mais alto, elevarão o homem à audiência gloriosa com Deus; nenhum templo, por mais suntuoso que seja, poderá garantir a presença do Santíssimo; nenhuma Jerusalém será capaz de trazer a presença do Altíssimo. De fato, se Deus não ver, diante dEle, corações realmente humilhados, nada que fizermos alcançará êxito. O humilde não espera nele mesmo, e sim em Deus. Não confia com suficiência em suas capacidades intelectuais, materiais, ministeriais e até espirituais. Isto trará a bênção de Deus. O homem tem que deixar o que ele é de ruim, esquecer o que é de bom e encher-se do Espírito. (Ef 5.18).

CONCLUSÃO Talvez você tenha algumas objeções à busca do avivamento:
1 - Esses “avivamentos” sempre trouxeram prejuízos, com os movimentos extremistas, à Igreja de Cristo;
2 - Não teremos mais um avivamento, pois Jesus disse que nos últimos dias o amor de muitos esfriará, e que “encontrara fé na terra, quando o Filho do Homem vier?”; ou você pode dizer: a promessa de Joel e todo o A.T. já se cumpriram plenamente o Espírito não descerá outra vez.
3 - Avivamento é sentimentalismo barato, e, além disso, sou tradicional. Não sou liberal, nem radical, sou moderado. Talvez você tenha outros argumentos até mais convincentes, mas nenhum nos impede de clamarmos como o profeta Habacuque: “aviva a tua obra, ó Senhor...” Contra a primeira e a terceira objeções, só temos a reiterar que o Espírito de Deus nunca fez e nunca fará mal à Igreja. Ele produz equilíbrio. Rebate os extremos. Cabe - nos a busca por Ele e obediência à Palavra inspirada. Embora existam perigos, temos que buscar o derramamento do Espírito. Onde Ele nos levar, mesmo que seja ao “deserto da tentação”(Mt.4:1), temos que ser firmes na Palavra.
Quanto à objeção segunda, analise exegética e hermeneuticamente os textos citados (Mt.24:12;Lc.18:8;Ef.5:18) e você concordará comigo. Busque e descobrirá coisas tremendas e ocultas que não sabes (Jr.33:3).
A maior prova de que precisamos de um avivamento é a nossa falta de busca por um. Sempre que houve um avivamento, houve antes uma imensa tristeza por falta de um. Foi assim com Neemias, Esdras, Rei Josias, Lutero, Calvino, Jonathan Edwards, George Whitefield, os irmãos Wesley e tantos outros. E não pode ser diferente conosco.
Você quer um avivamento na sua vida, na igreja, na cidade, na nação? Então busque - o, ore por isto, jejue e pregue esta necessidade urgente! Deus pode te usar para isto! Mobilize - se e mobilize outros a buscarem o genuíno avivamento sem aquela desordem sentimentalista e carnal vistas nos chamados “avivamentos neo - pentecostais”, mas com a firmeza doutrinária que gera fé fervorosa e ativa. Se você não sabe por onde começar orando, abra o cantor cristão no hino de nº 171 e entoe - o junto com passagens bíblicas sobre o assunto.

Pastor João Duarte de Alencar

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